Luís Matos
Sou o Luís Matos, tenho 23 anos e a minha naturalidade é de São Miguel, mas vivo atualmente em São Jorge. Frequentei o Curso Técnico de Produção Agrária na Escola Profissional da Ilha de São Jorge de 2012 até 2015.
Não prossegui estudos, uma vez que depois de concluir o estágio profissional (Programa Estagiar T) fiquei a trabalhar na exploração agrícola do senhor João Crisóstomo Bettencourt Sequeira, na ilha de São Jorge.
Escolhi estudar num curso profissional porque assim tinha mais aulas práticas, mais contato com o mundo do trabalho e porque não queria prosseguir estudos superiores.
No meu entender tirar um curso profissional é uma mais-valia, na medida em que a formação que nos é dada é muito mais interessante do que estar sempre fechado dentro de uma sala de aula, mais enriquecedora porque para além da aulas teóricas temos aulas práticas e estágios curriculares que nos fazem compreender as dificuldades e conseguir atingir os níveis desejados para podermos entrar no mundo do trabalho.
Depois de acabar a escola fiquei com boas recordações, como os amigos que fiz, as atividades que tive na escola durante os anos letivos que lá estive, os formandos e os auxiliares, principalmente o senhor “Zé Carlos” e o psicólogo “Dinis Matos”, que estiveram sempre prontos a nos ajudar fosse dentro da escola ou fora da mesma.
A escola tem capacidade para formar bons alunos e boas pessoas, mas isso é uma atitude que cabe a cada um de nós, uma vez que todos nós temos diferentes personalidades.
O estágio para mim é o aspeto mais importante de um curso profissional. Eu tive a oportunidade de estagiar nos 3 anos do curso e escolher diferentes empresas e tal fez-me perceber como funciona o mundo do trabalho na área em que eu escolhi.
Após estes 4 anos fora da escola penso que fiz a escolha certa, pois agora já estou a trabalhar na área que sempre quis e se tivesse de voltar atrás voltaria a fazer a mesma escolha.
Estou muito contente pelo ensino profissional continuar a ter relevância, porque o ensino profissional prepara os formandos muito melhor para o mercado de trabalho do que o ensino secundário generalista. É bom ver que a mentalidade de que a escola profissional é para “burros que não querem nada” está a mudar um pouquinho, pois os cursos profissionais também têm as suas dificuldades.
A mensagem que gostaria de deixar aos atuais e futuros formandos é que se esforcem para acabar o seu curso uma vez que hoje em dia não se faz nada sem o 12º ano, que escolham bem o seu local de estágio para verem se terão no futuro possibilidades de trabalharem lá e que sejam estágios em que tenham a oportunidade de aprender e não estágios em que não se faz nada. Se tiverem dificuldades que consultem o psicólogo porque eu no meu caso contei sempre com o psicólogo para me ajudar nas minhas decisões e até aos dias de hoje não me arrependo das minhas escolhas.
Para finalizar quero agradecer aos auxiliares e aos formadores que sempre me ajudaram no meu percurso escolar pois sem eles não teria conseguido alcançar os meus objetivos. Quero também alertar os alunos que se esforcem, que não fiquem desmotivados pois tudo na vida necessita de esforço, nada é de “mão beijada”.
Eu também tinha aquela mentalidade de que a escola profissional é para “drogados” e para aqueles que não querem nada. Os alunos da profissional vieram de outras escolas que tinham diferentes realidades por isso dizerem que a profissional é uma escola de “drogados e malandros” é mentira pois não é a escola profissional que os acompanha desde o ensino primário.
Não tenham o pensamento de virem para a profissional para “receber a bolsa”, mas sim estudar, mas depois de frequentar a escola fiquei com outra noção, pois foi lá que encontrei os meus melhores amigos e que consegui realmente aprender e concretizar os meus objetivos de trabalho.
Um grande abraço a todos os membros da escola profissional.
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